"Se eu fosse um astronauta, minha alegria só se renovaria quando um segundo homem voltasse lá do mundo: pois também ele vira. Porque ‘ter visto’ não é substituível por nenhuma descrição: ter visto só se compara a ter visto. Até um outro ser humano ter visto também, eu teria dentro de mim um grande silêncio, mesmo que falasse. Suponho a hipótese de alguém já ter visto Deus. E nunca ter dito uma palavra. Pois se nenhum outro viu, é inútil dizer…”

Clarice Linspector, A Descoberta do Mundo, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984, p. 13.

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